Eu tenho uma revelação a fazer: pacotes que trafegam na Internet não são tão inteligentes assim. Eles não conseguem tomar nem uma decisão por si mesmos e precisam que digamos a toda hora como e para onde eles devem ir. Não sei vocês, mas eu não chamaria alguém assim de melhor aluno da classe. Na verdade, foi justamente por esse motivo que os roteadores e seus protocolos foram inventados: para dizer aos pacotes como e para onde eles devem ir.
Eu tenho uma revelação a fazer: roteadores e seus protocolos também não são tão inteligentes assim. Eles podem tomar decisões sozinhos, mas sempre utilizando os mesmos parâmetros e regras, o que pode parecer obtuso se considerarmos a complexidade e a particularidade dos mais diversos ambientes de rede, que precisam de eficientes métodos de controle e gerenciamento de tráfego de internet. Na verdade, foi por esse motivo que Deus criou Adão e Eva no sexto dia. Eles eram excelentes engenheiros de redes IP.
Para que continuem competitivos e lucrativos, ISPs precisam cada vez mais ter uma visibilidade completa de seu ambiente, afinal é objetivo da rede de dados transportar a informação com a maior qualidade e rapidez até seus usuários. Latência, fluxo de dados e confiabilidade são propriedades inerentes à rede de transporte. O processo de gerenciamento de recursos da rede, para avaliação e para otimização de performance, é conhecido como Engenharia de Tráfego, que é feita por meio da análise de flows da rede. Um flow é uma sequência de pacotes que compartilha as mesmas propriedades, ou seja, pacotes que são enviados da mesma porta e endereço de origem para a mesma porta e endereço de destino, utilizando além disso, o mesmo protocolo. Por exemplo, quando assistimos a um streaming de um filme, é criado um flow de pacotes que fazem parte da mesma “conversa”. Para que seja possível analisar essa conversa e entender o que está passando em sua rede, diversos protocolos podem ser utilizados: NetFlow, sFlow e IPFIX são alguns deles.
A partir da análise de dados de flows, engenheiros de redes podem gerar insights que permitem a otimização dos pontos de entrada e de saída do tráfego da rede (a ideia é que o tráfego seja roteado para fora do backbone o mais rápido possível), melhorando não só a experiência do usuário mas também reduzindo gastos de ampliação e de manutenção no backbone. O balanceamento de tráfego entre diferentes links de trânsito ou de peering também é muito mais efetivo quando a manipulação acontece após a análise do tráfego. Porque o BGP não considera latência, perda de pacotes ou jitter na seleção da melhor rota, não temos como garantir a qualidade no acesso ao conteúdo se não por meio da análise do tráfego. Mais interessante que isso, é que essa manipulação permite balancear qualidade e preço, fazendo com que a latência seja a menor possível, mas balanceando o tráfego para usar somente a banda contratada.
Outras vantagens obtidas por uma ferramenta de flow estão relacionadas ao atendimento do time de suporte. A identificação da causa raiz de problemas e otimização de rotas acontece de forma muito mais ágil para o cliente a partir da correlação de dados de roteamento BGP, GeoIP e flows. A monitoração também pode ter seu valor agregado ao acompanhar, em tempo real, alertas e anomalias como grandes mudanças no tráfego.
A Eletronet investe em ferramentas e em soluções para levar valor ao negócio de seus clientes. Nosso monitoramento conta com análises de tráfego de internet para garantir que o conteúdo chegue sempre pelo caminho ideal, sem adicionar custos ao ISP. Além disso, nossos engenheiros estão sempre acelerando as conexões com estratégias de peering e de analytics da rede.