Dicas para uma boa gestão do negócio: Pequenos provedores de internet
Os pequenos provedores têm papel de grande importância para expansão do acesso à internet no país. Eles assumiram indiretamente, e estão cumprindo, uma promessa antiga do governo de universalizar o acesso à banda larga, prova disso: só no primeiro trimestre deste ano, os pequenos provedores foram responsáveis por 77% dos novos acessos à banda larga no Brasil e em 1.200 municípios, esses provedores são líderes de mercado, respondendo por 12% do total de conexões no país.
Atualmente, 3.200 pequenos provedores operam regularmente e prestam informações à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Entretanto, o alcance deles pode ser muito maior: estima-se que haja 10.000 empresas oferecendo o serviço, a maioria na ilegalidade.
Geralmente, os provedores de acesso à internet nascem de pequenos negócios de tecnologia, uma vez que grande parte dos donos das empresas, e principais executivos, tem formação técnica e operacional em TI. No entanto, apenas o DNA de tecnologia não é suficiente para manter um negócio, é preciso mais e uma boa administração é fundamental.
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Marcelo Couto, da Nowtech, listou algumas dicas para os ISPs manterem uma boa gestão do seu negócio:
1 – Planejamento para a implantação:
Detectar a demanda não basta. Para implantar um negócio sustentável, é fundamental fazer um estudo de mercado, uma avaliação de custos e um plano de negócio pensando no futuro.
2 – Estratégia de mercado:
Portas abertas, equipe de vendas na rua. Mas cuidado para não ficar focado no próprio umbigo. É importante acompanhar o mercado da região, os riscos que se apresentam ao negócio, o potencial de crescimento, a necessidade de aportes a curto, médio e longo prazo. A concorrência não precisa ser necessariamente “inimiga”, mas pode apresentar oportunidades de parceria – para compartilhamento de infraestrutura, por exemplo.
3 – Planejamento tributário:
Mais do que uma empresa comum, que tem seus tributos e taxas gerais, um ISP tem tributos específicos: custos de regulação, taxa de licenciamento das estações etc. É vital que o gestor se informe sobre todos os tributos devidos e faça a conta na ponta do lápis. Especialistas alertam para um problema comum entre os ISPs: como a maioria está no Simples, não fazem essa conta e acabam vendendo mais barato do que devem.
4 – Consultoria especializada:
Nem todo mundo conhece tudo. Será que o seu projeto está prevendo uma rede sem capacidade de atender a demanda? Economizar comprando equipamentos de baixa densidade, que suporta poucos clientes, não trará problemas de conexão que vão gerar mais custo lá na frente? Às vezes investir em uma consultoria especializada pode ser vantajoso. Cabe ao bom gestor avaliar essa necessidade e o custo-benefício.
5 – Inovação:
O mercado é vivo, exige a maior atenção às mudanças. Hoje, dizem os especialistas do setor, as empresas estão vendendo internet do mesmo jeito que vendiam na época do acesso discado… por plano, velocidade, preço. Para ter um diferencial, é preciso ter criatividade, descobrir exatamente o que o usuário quer, para ofertar soluções diferenciadas.
6 – Planejamento na oferta de novos produtos:
Atrair a atenção do cliente oferecendo produtos com custo fora do mercado ou abaixo do preço é fácil. Mas preço nem sempre é a solução. A guerra de preços, dizem os especialistas, prejudica a todos. Ninguém ganha dinheiro, as empresas perdem vigor e, com isso, a qualidade cai. Daí para perder clientes, é um clique.
7 – Publicidade e comunicação:
Em geral, o relacionamento com o mercado é muito difícil porque exige esforço e o resultado demora a aparecer. Os prospects e os clientes têm que saber sempre o que a empresa faz, mesmo que não se trate de oferta de um novo produto ou de uma promoção. Se o provedor moderniza a estrutura, ou expande a cobertura, é importante comunicar para mostrar que a empresa está se fortalecendo, por exemplo. São sinais indiretos de qualidade que garantem fidelidade e podem definir uma compra.
8 – Suporte:
Atenção ao call center. Avaliar corretamente a quantidade de posições e, se possível, investir em tecnologia para melhorar o atendimento. Com um sistema de atendimento eletrônico, por exemplo, é possível captar as demandas depois do horário de atendimento para retorno no dia seguinte. Outro sistema interessante é o de autoatendimento, que permite deixar um script com orientações técnicas que podem resolver a maioria dos problemas dos usuários. Há ainda sistemas para avisos de manutenção na rede, comunicados, incluindo solução que envia mensagem para o celular do cliente.
9 – Formação e treinamento:
A falta de mão de obra qualificada na área de TI não é surpresa, no Brasil – principalmente em cidades pequenas. A solução é aproveitar todas as oportunidades para aprofundar o conhecimento da equipe. Congressos e cursos online acontecem em todo o território nacional, muitos com participação gratuita. As empresas fornecedoras de equipamentos também costumam promover treinamentos abertos.
10 – Networking:
Estar em sintonia com a cadeia econômica do setor é uma forma de se atualizar e de se informar sobre as tendências. Em eventos e feiras é possível ampliar os relacionamentos. Mas as redes sociais também ajudam muito. É importante fazer parte de grupos do Facebook, por exemplo, e se possível ter uma pessoa da empresa que cuide dessa presença no mundo digital. Para ver e ser visto.
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